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SISTEMAS DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE ESGOTOS NO CONJUNTO MONUMENTAL DO CONVENTO DE CRISTO

Olhar o conjunto monumental do Convento de Cristo na óptica dos seus Sistemas de Abastecimento e Distribuição de Água, e de Drenagem e Tratamento dos Esgotos, implica, no caso dos sistemas de abastecimento e distribuição de água que os vejamos na perspectiva, por um lado, do que existia até ao século XVII, e por outro, do que passou a existir a partir do século XVII, sendo que os dois se vieram a tornar complementares, e no caso do sistema de drenagem e tratamento dos esgotos, implica que tenhamos em conta a interligação então existente entre o Convento e a sua Cerca Conventual, hoje designada de Mata dos Sete de Montes.

No que respeita ao sistema de drenagem e tratamento dos esgotos o conjunto monumental do Convento de Cristo possui dois tipos de sistemas: - um de simples recolha e drenagem, e um outro, com recolha, drenagem e tratamento, o qual, para ser compreendido, deverá ter em conta o contexto da interligação física então existente entre o Convento e a sua Cerca Conventual.  

SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DOS ESGOTOS DO CONVENTO

O Conjunto Monumental do Convento de Cristo, em termos de drenagem e tratamento dos seus esgotos, apresenta dois sistemas diferenciáveis, um mais simples, na medida em que se trata apenas da condução das águas residuais para o exterior dos espaços, no caso provenientes da Cozinha, da Sala das Talhas, e da Casa do Forno, e outro mais complexo, na medida em que se trata de um sistema integrado, em que no edifício denominado de Bloco das Necessárias, onde se situam as latrinas, se prevê não só a confluência dos esgotos, como a sua drenagem e seu subsequente tratamento.

DRENAGEM DOS ESGOTOS DA COZINHA, DA SALA DAS TALHAS E DA SALA DO FORNO.

Nestes três espaços conventuais, Cozinha, Sala das Talhas e Sala do Forno, dadas as funções que lhes estavam associadas, as águas residuais a recolher seriam certamente de dimensão assinalável, o que explica a dimensão das “caixas” e dos “colectores”, tenham eles a forma de canalização ou a forma de vala - valas de pedra de secção rectangular com quase um metro quadrado de secção – em que os esgotos eram colectados, reunidos  e encaminhados para o exterior.

Assim, temos uma primeira conduta de pedra que, vindo da Sala das Talhas, ala poente do Claustro dos Corvos, se dirige para o Claustro da Micha, no sentido norte sul, trazendo as águas residuais daquele espaço.

Chegando ao canto sudoeste do Claustro da Micha, esta canalização com as águas residuais da Sala do Azeite dá entrada numa “caixa”, igualmente de pedra, onde confluem as águas residuais vindas da Cozinha, de nascente para poente, através de uma vala também ela toda em pedra.

Uma vez juntos, os esgotos daqueles dois espaços, Sala do Azeite por um lado e Cozinha por outro, seguiam por uma outra vala de pedra, a qual, saindo da referida caixa, vai em direcção a norte, sob a ala poente do Claustro da Micha, seguindo em direcção à Sala do Forno e suas instalações anexas.

Trata-se assim de um sistema de simples recolha de águas residuais provenientes da Sala do Azeite, da Cozinha e da Sala do Forno, a que se seguia a sua condução conjunta para o exterior do edifício, a norte, desconhecendo-se com exactidão a eventual ligação destes esgotos ao sistema integrado de drenagem e tratamento de esgotos do Bloco das Necessárias.

DRENAGEM E TRATAMENTO DOS ESGOTOS DO BLOCO DAS NECESSÁRIAS

Na extremidade poente do Convento, em posição claramente individualizada relativamente ao corpo formado pelos restantes Claustros, encontra-se o denominado Bloco das Necessárias, edifício do século XVI, de planta rectangular e cobertura em terraço, com três pisos acima do solo, e um piso em cave.

Embora implantado separadamente, uma vez que se destinava a acolher latrinas e espaços de higiene pessoal, o Bloco das Necessárias está apesar de tudo ligado a todo o restante edificado.

Ao nível do piso térreo através do pequeno Claustro com o mesmo nome, das Necessárias, a poente do Claustro da Micha.
Ao nível dos dois pisos superiores, a ligação física entre os espaços conventuais e o Bloco das Necessárias faz-se através de pequenos corredores, um corredor por piso, os quais possibilitam um acesso directo, e em espaço coberto.  

Este Bloco, que se desenvolve de nascente para poente, para além da cobertura em terraço e dos dois pisos onde se localizam as latrinas, possui um piso abaixo da cota do solo onde eram recolhidos todos os esgotos vindos dos pisos superiores, onde as águas da Cisterna que lhe é adjacente, das Necessárias, podiam entrar directamente, e no centro do qual se localiza uma enorme chaminé de ventilação.

Uma vez acumulados neste espaço em cave, todo ele em pedra e com lajedos rampeados em torno da chaminé de ventilação, os esgotos iam escorregando para poente, onde entravam num túnel também ele do século XVI, e também ele todo em pedra.

Este túnel, ao qual se acede do exterior pela denominada “cloaca”, tem início na cave do Bloco das Necessárias, atravessa todo o Pátio dos Carrascos em direcção a sul, passa sob a arcaria do Aqueduto e, continuando sempre na direcção norte sul apenas com uma ligeira inflexão para nascente, vai terminar na antiga Cerca Conventual, hoje Mata dos Sete Montes onde, por via de nitreira ou outro dispositivo, os esgotos do Convento contribuíam para o enriquecimento dos solos da sua Cerca.

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