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D. Dinis (1261 - 1325)

Sexto rei de Portugal. Filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela, nasceu a 9 de Outubro de 1261 e morreu em Santarém a 7 de Janeiro de 1325. Foi coroado em Lisboa no ano de 1279 e teve um dos mais longos reinados, 46 anos. Com carácter inteligente impulsionou importantes reformas no Portugal medieval.

Travou privilégios que minavam a autoridade régia e, em 1282, estabeleceu que apenas perante a Coroa e as Cortes se poderiam fazer recursos judiciais Em 1284 promoveu as inquirições régias. Nelas se encontram depoimentos relativos à fundação do castelo e vila de Tomar e ao povoamento da sua região pelos Templários, desde o tempo de D. Afonso Henriques.

Quando subiu ao trono, Portugal litigava com a Santa Sé devido a abusos do clero em relação à propriedade real. D. Dinis estabelece uma concordata após a qual os diferendos passarão a ser resolvidos pelo rei e seus prelados.

Apoiou os cavaleiros portugueses da Ordem de Santiago, que pretendiam separar-se do seu mestre castelhano. Aquando da extinção dos Templários, por Clemente V, não acatou a ordem do pontífice que ordenava a prisão destes, para inquérito, e a entrega dos seus bens à ordem dos Hospitalários. Negociou depois com a Santa Sé a criação de uma nova ordem religiosa militar circunscrita ao seu reino, obtendo em 1319 a bula de instituição da Milícia dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo, onde integrou todos os cavaleiros e bens da extinta ordem do Templo.

Fundou a marinha portuguesa em 1312 e foi o grande impulsionador da construção naval, embora fosse na agricultura, cuja exploração estava maioritariamente na posse das ordens religiosas, que procurou envolver o povo, pelo que facilitou distribuições da propriedade nomeadamente fundando povoações.

Percorreu cidades a vilas, onde fortificou os direitos régios, zelou pela justiça e organizou a defesa em todas as comarcas. Desenvolveu as feiras, protegeu a exportação de produtos agrícolas para a Flandres, França e Inglaterra, com a qual estabeleceu tratado em 1308. Estas transacções abrangiam ainda sal e peixe salgado.

Fomentou a mineração de prata, estanho e ferro, exigindo em troca um quinto do minério e um décimo de ferro puro. Deve-se ainda a D. Dinis um grande impulso na cultura nacional, ao estabelecer a Magna Charta Priveligiorum, primeiro estatuto da Universidade e a tradução de muitas obras. A sua corte foi um dos centros literários mais notáveis da Península.

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